Ao longo da última semana do mês de Outubro, decorreram diversa actividades, no âmbito do Mês Internacional da Biblioteca Escolar, nomeadamente Sessões de formação de utilizadores das Bibliotecas, com a distribuição de um desdobrável / guia do utilizador, essencialmente para os alunos do 5ºano de escolaridade, na escola sede. Parabéns a todos os alunos do Agrupamento! A participação foi expressiva.
No âmbito das Comemorações do Centenário da Implantação da República, a professora Ana Magalhães preparou e gravou os alunos da turma do 8º C a declamar poemas de Antero de Quental e Guerra Junqueiro enquanto a professora Sónia Cerqueira acompanhava ao piano com música ambiente.
Comemorar o Centenário da Implantação da República implica naturalmente conhecermos um pouco as pessoas que viveram a República de diversas formas e que fazem parte da sua história. Neste momento poético-musical destacam-se não só poetas da República (Antero de Quental e Guerra Junqueiro) mas também um músico da República: Luís de Freitas Branco. A peça interpretada intitula-se “Miragens”.
Luís de Freitas Branco (1890-1955) iniciou os seus estudos musicais com Augusto Machado, Tomás Borba e Luigi Mancinelli. Com apenas 14 anos compôs as suas primeiras canções como Aquela Moça – provavelmente a mais conhecida de todas.
Em 1908, ano do Regicídio, termina a composição de três poemas sinfónicos Depois de uma leitura de Antero de Quental, Depois de uma leitura de Júlio Diniz e Depois de uma leitura de Guerra Junqueiro. No seu Diário, o músico parece revelar-nos que no dia 5 de Outubro de 1910 ouvira gritos de Viva a República, Viva a Liberdade. Fernando Lopes-Graça considera que as primeiras obras do compositor Luís de Freitas Branco acompanham o movimento de renovação cultural que se faz sentir com o alvorar da República nos domínios das artes plásticas e das letras por figuras como Amadeu de Sousa Cardoso, Almada Negreiros, Fernando Pessoa e Mário de Sá Carneiro. O seu poema sinfónico Paraísos Artificiais (1910) representa o marco da introdução do Modernismo na música portuguesa.Entre 1910 e 1915 viajou algumas vezes até Paris e Berlim com o intuito de completar a sua formação. As obras musicais deste período reflectem a influência de correntes da música europeia como o impressionismo de Debussy e o atonalismo de Schönberg. Quando regressa a Portugal em 1915, desenvolve uma importante acção pedagógica em colaboração com Viana da Mota na reforma do Conservatório, para além de desenvolver uma intensa actividade como musicólogo. Luís de Freitas Branco é, deste modo, um das mais ilustres e representativas figuras de um período histórico em mudança e renovação reflexo da Implantação da República, no contexto da arte musical em Portugal.