LUGAR NO FUTURO - textos premiados

CONCURSO “ EU CONTO… LUGAR NO FUTURO”

Quero ser pintora!

Pintar é uma paixão que existe em mim, mas que eu não consigo explicar. O meu sonho é ser pintora!

 Frente a uma tela em branco sei que vou sentir, como sinto agora, uma espécie de chama acesa dentro de mim e que me dá ideias para desenhar e pintar. Irei deixar que o meu coração seja o meu guia…

Gostava de mostrar ao mundo inteiro que pintar não é uma coisa vulgar, insignificante, mas uma coisa especial porque muitas crianças e adultos exprimem os seus sentimentos através de desenhos e cores.

Deixar que as minhas mãos, a tinta e o pincel façam formas e cores de acordo com a imaginação, é uma coisa incrível! As misturas das cores criam tonalidades maravilhosas.

Gostava de ser uma pintora famosa e que os meus quadros fossem para um museu.

Imagino o meu quarto cheio de quadros pintados por mim, todos muito bonitos, mas muito diferentes uns dos outros.

Queria pintar um quadro com água a correr, que o fogo seguisse a água e que ao fundo a neve da montanha se fosse derretendo. Outro teria animais ferozes, um lobo no meio do mato pintado com grande perfeição. Outro teria pássaros, pois eu aprecio muito as cores vivas dos pássaros como um que tenho em casa e que é amarelo, azul, laranja e um pouco verde e que se chama Colorido.

Vou pintar a minha casa numa tela enorme, cheia de flores - amores, margaridas, rosas, tulipas, girassóis, trevos de quatro folhas, árvores com ninhos e passarinhos.

Vou pintar os azulejos com flores de vários tipos e cores e, por fim, um menino e uma menina a apanharem flores para darem à sua mãe.

As várias divisões da minha casa terão diferentes quadros com motivos diferentes. Um terá só flores de todas as variedades, outro, só frutos, outro, borboletas, outro, o mar com conchas e peixes de imensas formas e cores. A sala terá belas paisagens com homens e mulheres nus. Uma grande variedade de temas dará à minha casa um encanto de sonho.

Sei que para ser uma grande pintora vou ter de estudar muito e desenhar e pintar diariamente. Preciso de ter boas notas para entrar na escola de Belas Artes e aí aprender História da arte e as diversas técnicas da pintura antiga e moderna. Gostava muito de me especializar também em banda desenhada pois sou uma fã deste tipo de desenho. Para além de fazer uma banda desenhada, gostava de fazer um filme com os meus desenhos e de criar um jogo para a Nintendo com boa qualidade de pintura e cheio de diversão pois as crianças gostam de se divertir.

Um dos meus sonhos era ir a Paris, a cidade Luz, para ver vários pintores a pintar junto do Sacré Coeur como já vi na televisão. Ali, muitos fazem retratos de turistas e outros pintam paisagens com o rio Sena que dali se avista. Eu também gostava de pintar ali e que os meus professores de EVT e outros me vissem e pedissem para eu fazer um quadro cheio de pormenores e que todos apreciassem o meu trabalho.

Gostava de participar em concursos de pintura e de obter prémios que se fossem em dinheiro eu oferecia a instituições de apoio a pessoas com dificuldades.

No futuro queria ter uma escola de pintura para crianças e pessoas de todas as idades. Nessa escola, as pessoas aprendiam diversas técnicas de pintura em barro, madeira, tecido, vidro etc. As aulas eram apoiadas por filmes que ensinavam todas as técnicas de pintura e desenho. As pessoas aprendiam muito e divertiam-se. Depois faziam quadros e faziam exposições. O dinheiro que ganhassem serviria para manter a escola em funcionamento

Este seria o meu lugar no futuro, professora de uma escola de pintura, rodeada de pessoas que gostavam de aprender e que faziam coisas maravilhosas e tornavam assim o mundo melhor.

Mariana Cunha Nº 20 - 6º D

Decisão difícil

Quinze de setembro de 2003 é o nosso primeiro dia de aulas e ambas entramos receosas na escola. O sol brilha e as crianças correm ou dividem-se em grupos com os seus pais. Entramos na sala sem eles e observamos todos os cantos e recantos, assustadas com este novo mundo, mas também curiosas por descobrir o que ele terá para nos mostrar.  

A professora começou a falar sobre este novo caminho, relatou inúmeras realidades como se fossem as coisas mais importantes da vida. Sem mais nem menos, começou a perguntar um a um o que queríamos ser quando fôssemos grandes. Neste desenrolar, ambas ficámos sem saber o que responder, olhando-nos nos olhos, pois era a primeira vez que nos faziam uma pergunta tão especial. Respondemos a medo que queríamos ser princesas e viver um conto de fadas com príncipes encantados, cavalos brancos, dragões ameaçadores e tudo o mais que uma boa história tem, até mesmo com os ingredientes mais descarrilados…A professora não disse nada, ficou apenas boquiaberta com o nosso relato do futuro.

Ao longo dos anos fomos descobrindo que não poderíamos viver este nosso sonho pois a vida era sobretudo uma luta constante contra inúmeras dificuldades…

Tivemos imensas dúvidas sobre o que queríamos ser, brincámos e rimos com o nosso futuro. Percebemos que esta pergunta sempre significou muito mais do que aquilo que pensávamos no primeiro ano. Agora sabemos que a vida dificilmente é um conto de fadas e haverá talvez mais dragões e bruxas do que príncipes e princesas, os cavalos brancos fogem sem darmos por isso e a magia…Percebemos também como era bom ser criança, percebemos que não devemos ter pressa de crescer e que tudo deve vir a seu tempo.

Estamos em Setembro de 2010. Entretanto os nossos pais também foram fazendo planos sobre a nossa futura vida escolar e também nos colocaram a tal pergunta que outrora achámos tão complexa. Voltámos a olharmo-nos nos olhos e novamente não tínhamos uma resposta fundamentada, apenas vagas opiniões, suposições e ideias que continuam confusas na nossa mente.

Respondemos que não sabíamos, talvez uma forma de ganhar tempo, de criar uma resposta “normal”. Sabemos que o tempo não pode ser adiado, mas mesmo assim, continuámos com rodeios e com dificuldade de ver a realidade. Prometemos a nós mesmas que ao longo deste ano iremos descobrir a nossa vocação pois já estamos no oitavo ano.

O tempo vai passando, estamos no final de Março de 2011 e a nossa promessa continua sem solução à vista. O tempo joga contra nós e precisamos de decidir aquilo que vamos fazer da nossa vida. O medo está cada vez mais presente por muito que não queiramos.

Conhecemos alguns amigos que só no último instante fizeram a sua opção sobre o que queriam ser e fracassaram nessa decisão. Não queríamos que nos acontecesse o mesmo, pois até agora, a sorte e os avisos têm sido em demasia e já chega de nos cingirmos àquilo que os outros nos dizem.

Chegamos a Janeiro de 2012 e continuámos a sentir uma enorme ansiedade. Faltam poucos meses para mudarmos de escola e decidirmos aquilo que realmente queremos fazer.

Após várias análises e indecisões, finalmente conseguimos responder à tal pergunta sem resposta, à pergunta que para nós foi a mais difícil de sempre. Verificamos que a melhor opção é seguir Química Forense! Queremos trabalhar em laboratórios para descobrir a fundo a ciência e, daí, cura para doenças e ainda poder fabricar medicamentos que ajudarão toda a gente que necessitar deles. Podemos também vir a trabalhar numa equipa policial como aquelas que vemos na televisão e que nos inspiraram. Nós acreditamos que podemos mudar os acontecimentos e descobrir um assassino, um ladrão ou qualquer outra coisa importante para a sociedade e para o mundo.

Seja qual for o nosso futuro, sabemos que o que nós queremos é isto. O que nos fascina realmente é a mistura de substâncias químicas e o seu resultado inesperado, misterioso e que nos deixa sempre espantadas.

Será este mundo que nos fará felizes para sempre, como um conto de fadas que, apesar de nunca ser igual ao dos livros, será o nosso conto de fadas, e, com todos os obstáculos e loucuras trará à nossa vida e à dos outros uma magia sem fim!

Agora que estamos em Março de 2012 e já passaram dois meses após a nossa escolha, sentimo-nos bastante felizes pois nunca tivemos tanta certeza acerca do que queríamos fazer. Conseguimos também uma visita à Universidade que queremos frequentar daqui a uns anos. Mostraram-nos as inúmeras instalações, e estamos fascinadas com aquilo que vimos e que nos faz ter ainda mais certeza acerca da nossa opção.

O nosso dia-a-dia é agora vivido com grande entusiasmo à espera de poder contactar com o nosso mundo de sonho!

Daniela Gonçalves nº 8

Fátima Gomes nº11

9º C