Eu sou um livro, lê-me. por Vagelis Iliopoulus
Eu sou um livro.
Tu és um livro.
Todos somos livros.
A minha alma é a história que conto.
Todos os livros contam a sua história.
Podemos parecer muito diferentes -
uns grandes, uns pequenos,
uns coloridos, uns a preto e branco,
uns com poucas páginas, outros com muitas.
Podemos dizer coisas parecidas ou completamente diferentes,
é essa a nossa beleza.
Seria aborrecido sermos todos iguais.
Cada um de nós é único.
E cada um tem direito a ser respeitado,
a ser lido sem preconceito,
a ter espaço na tua biblioteca.
Podes ter uma opinião sobre mim.
Podes querer questionar ou comentar o que lês.
Podes voltar a arrumar-me na prateleira
ou ficar comigo perto, a viajar durante muito tempo.
Mas nunca deixes que ninguém se livre de mim
ou me mande para outra estante.
Nunca peças que me destruam, nem permitas que o façam.
E se outro livro chegar vindo de outra estante,
porque algo ou alguém o afastou,
abre espaço.
Ele cabe junto a ti.
Tenta sentir o que ele sente.
Compreendê-lo. Protegê-lo.
Podes um dia estar no seu lugar.
Porque também tu és um livro.
Somos todos livros.
Vá, di-lo bem alto para que todos te ouçam.
«Eu sou um livro, lê-me.»
Tradução de Ana Castro a partir do inglês
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